Enfrentar um problema científico é uma batalha que pode ser bastante injusta. Como Newton disse, e hoje acho que isso é ainda mais válido, estamos "sobre os ombros de gigantes". Newton se referia a Copérnico, Galileu, Kepler, Tycho Brahe, etc... E esses caras realmente foram pioneiros geniais, corajosos [lembre que naquela época o conhecimento científico podia significar vida ou morte, como é mencionado em uma das letras do Haggard sobre Galileu:
His theories and knowledge
Mean danger in these days
And those accused of heresy
Will not longer be alive
Hide, hide your secrets well
For in your darkest hour you should dwell]
Mean danger in these days
And those accused of heresy
Will not longer be alive
Hide, hide your secrets well
For in your darkest hour you should dwell]
Per aspera ad astra... Nunca foi tão difícil trilhar o caminho para o firmamento intelectual onde brilham as estrelas das idéias desses mártires.
Mas hoje os gigantes estão ainda mais altos e para nós humildes estudantes já são colossos inalcançáveis e seguir seus passos requer coragem. É por isso que eu digo que a frase de Newton é ainda mais significativa nos dias atuais. O conhecimento adquirido por aqueles antigos fundadores da ciência, para um aluno mediano, já soa quase como infantil. Mesmo as teorias bem estabelecidas do começo do século XX já são infinitamente mais complexas e isso sem precisarmos recorrer às modernas candidatas a teorias de unificação praticamente ininteligíveis mesmo para o físico mais dedicado.
Então voltamos à minha afirmação inicial de que abordar um problema físico pode significar embarcar numa jornada difícil. Mesmo com o background que os gigantes do passado nos fornecem, nos vemos diante de algo consideravelmente mais grandioso e intrincado: a Natureza. Como ousam os simples homens-macaco adoradores de bananas [como gosta de apontar meu colega Waltécio] tentar desvendar os mistérios da faceira e traiçoeira mãe Natureza? Isso requer coragem e maturidade. Immanuel Kant disse:
Mas hoje os gigantes estão ainda mais altos e para nós humildes estudantes já são colossos inalcançáveis e seguir seus passos requer coragem. É por isso que eu digo que a frase de Newton é ainda mais significativa nos dias atuais. O conhecimento adquirido por aqueles antigos fundadores da ciência, para um aluno mediano, já soa quase como infantil. Mesmo as teorias bem estabelecidas do começo do século XX já são infinitamente mais complexas e isso sem precisarmos recorrer às modernas candidatas a teorias de unificação praticamente ininteligíveis mesmo para o físico mais dedicado.
Então voltamos à minha afirmação inicial de que abordar um problema físico pode significar embarcar numa jornada difícil. Mesmo com o background que os gigantes do passado nos fornecem, nos vemos diante de algo consideravelmente mais grandioso e intrincado: a Natureza. Como ousam os simples homens-macaco adoradores de bananas [como gosta de apontar meu colega Waltécio] tentar desvendar os mistérios da faceira e traiçoeira mãe Natureza? Isso requer coragem e maturidade. Immanuel Kant disse:
- Enlightenment is man's emergence from his self-incurred immaturity. Immaturity is the inability to use one's own understanding without the guidance of another. This immaturity is self-incurred if its cause is not lack of understanding, but lack of resolution and courage to use it without the guidance of another. The motto of enlightenment is therefore: Sapere aude! Have courage to use your own understanding!
'An Answer to the Question: What is Enlightenment?', (1784). In Hans Reiss (ed.), Kant: Political Writings, trans. H. B. Nisbet (1970), 54.
Sapere aude é uma expressão latina que significa "ouse saber" e essa é provavelmente a sua utilização mais famosa. Oh, caro Kant, gostaria eu de dizer que só me falta a coragem quando eu na verdade me encaixo na categoria que requer entendimento quando tento travar as batalhas propostas pelo meu orientador. Mas eu não sou um bom representante da minha classe, físicos tendem a ser competentes.
Carl Sagan espalhou o pensamento cético e científico com maestria, mas eu acredito, particularmente, que o que nos falta para construir uma sociedade mais elevada é uma boa dose de coragem e orgulho da parte daqueles que fazem ciência. Polanyi disse num discurso
- [Intellectual courage is] the quality that allows one to believe in one's judgement in the face of disappointment and widespread skepticism. Intellectual courage is even rarer than physical courage.
Sofremos o preconceito diário das pessoas que nos cercam e às vezes até da nossa própria família por não termos usado a nossa inteligência para tarefas "mais nobres" como o exercício da advocacia ou da medicina e usamos doses extra de coragem e orgulho para enfrentar cada novo dia.
Pra quem já assistiu The Big Bang Theory, vale lembrar o diálogo entre Sheldon e a irmã:
-I want you to know I'm very proud of you.
-Really?
-Yeah, I'm always bragging to my friends about my brother the rocket scientist.
-You tell people I'm a rocket scientist?!
-Oh... Yeah...
-I'm a THEORETHICAL PHYSICIST!
-What's the difference?
-WHAT'S THE DIFFERENCE?! My God!!! Why don't you just tell them I'm a toll taker at the Golden Gate Bridge??! Rocket scientist... How humiliating...
Físicos são particularmente orgulhosos, mas isso deve valer para os outros tipos de cientistas [vou evitar o bairrismo aqui e não vou citar Rutherford: All science is either physics or stamp collecting] e ISSO é o que nos move através das adversidades que a sociedade E A NATUREZA nos impõem. Nós quebramos o código de deus (eca, falo sobre deus outro dia) e mesmo que isso não compre muitos carros de luxo ou mansões, é isso que nos separa dos animais. Não é a intencionalidade, a capacidade de usar ferramentas ou de se comunicar. Nós somos superiores porque somos ORGULHOSOS, porque olhamos para o céu com curiosidade e ansiedade, não mais com a contemplação boba e ignorante do macaco. Não imaginamos que o céu é um véu negro cheio de furos, mas tentamos imaginar qual seria a maneira mais inteligente de colonizar Titã.
Orgulhe-se, você faz ciência! Deixe que todos vejam isso!
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